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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto: https://www.wikidata.org/wiki/Q10346321
 

PAULA CARBALLEIRA
 (  GALICIA  )

 

Paula Carballeira (Maniños, Fene, 7 de Setembro de 1972). Contacontos, actriz e literata galega.

Desde muito nova, mostrou queda pela literatura e o teatro. Estudou Filologia Hispânica na Universidade de Compostela e lá começou a aprofundar nas suas inclinações.
Desde a década de 90, converteu-se em pioneira de conta-contos na Galiza, atividade que tem levado a diferentes festivais de narração oral na Galiza, Portugal, Brasil, Chile, Costa Rica ou em diferentes lugares do Estado espanhol. Também tem participado em ateliês para ensinar a contar contos.
Na atividade como conta-contos, destacam as adaptações de contos de todo o mundo, com uma temática sempre respeitadora com a condição das mulheres e com os mais fracos, a esmerada escolha da gestualidade, as vozes e os sons e o ritmo narrativo, tudo agasalhado por um humor inteligente.
Como atriz e diretora teatral, é integrante da companhia de teatro Berrobambán, que nasceu no ano 95 como associação teatral para potencializar diferentes manifestações artísticas e culturais.
Tem colaborado como locutora na Rádio Galega e na Televisão da Galiza em séries como Pepe o inglês ou Libro de Família.
Trabalhou como atriz nas curtas-metragens: The End (2000) e Hai que botalos (2005)

Como escritora, dedica-se á literatura infantil e juvenil, preferentemente à narração, e muitos dos seus livros estão em versão portuguesa e traduzidos para catalão, basco, castelhano, inglês e coreano. Tem um poemário, Contatrás muito influído pelos contos, e com a sua peça de teatro Boas noites ganhou o I Prêmio Manuel Maria de Literatura Dramática Infantil.

 

TEXTOS EM GALEGO  - TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

ARRINCANDO MARCOS 2019: Estévez, Paula Carballeira, Quico, Raúl Gómez Parto, Roi Vidal, Rosalia Fernández Rial, Suso Díaz, Xavier Xil Xardón. Santiago de ompostela, Galicia: Edicions Positivas, 2019.   87 p.  ISBN 978-84-949336-8-4    No.10 887

                                        Exemplar Biblioteca de Antonio Miranda

 

                                   TEXTOS EM GALEGO  

 

O VENTO

Sopra sempre ao meu favor
Vento
Que non sei voar
Que non sei navegar
Que non sei nin nadar
Nas augas frias do inverno

Pero ti sopra
Sopra forte
Vento
Para erguerme do chan
Para secarme a auga
Faime caso
Vento

E prometo xogar contigo
Deixar que me enredes o pelo
Abrir mais de duas ventás á vez
Na miña casa
Para que pases lixeiro

Xa sei que non fai falta que cho diga
Pero ti sopra
Vento
Sopra sem medo.

de Contatrás II-I (2012)

 

HORÓSCOPO

Son rata

Polo menos segundo o horóscopo chinés

Non ratiña
Nin rato

Disque
Seica
Peor

Rata

E todo por un número
por un ano de nacemento
unha circunstancia
una coordenada
un acaso
un talvez

E eu pensó
Que somos moitas
As ratas
Que vivimos    onde nos deixan
como nos deixan
do que nos deixan

E que nos afixemos a ver na escuridade
Porque alí nos deixan

Tranquilas

E que provocamos rexeitamento
Cando algunha vez nos cruzamos no caminho
De quen nos ten medo
E que aparecemos nos peores soños

Esfregando as patas
Cunha risa estraña

E que pode ser
Que rindo imaximemos
Como seria sair à luz
Depois dunha unha catástrofe nuclear
Onde ninguén tivese poder sobre nós

Dubido que nolo consintan
O de sobrevivir, non lles queda mais remédio
Ainda han de inundar o subsolo
Derretindo os polos
Para que afoguemos
Confiando em que non sabemos
Nadar
Nin moito menos
Voar

Somos animais de terra
A terra é nosa
Como nossa é a escuridade
a astucia
os refuxios
a esperanza

Somos ratas
En feminino
Sem diminutivos
Así nos chama o horóscopo chisnés

E eu penso
Que ser rata non pode estar escrito em ningures
Porque se hai algo que nos guste às ratas
É comer papel


DE a SEGA (20180

1. 

Nunca ninguén quere ir
Polo caminho mais longo
Coma se o tempo se perdese alí
E non fosse esvarando pola pel
Suor
Sangue
Ou bágoa

Cansamos de andar
Porque nos dá vergonza
Dar voltas
Sem sentido
Para quen nos xulga
Com todo o sentido
Para nós
Criaturas nómadas
Soñadoras
E mais inconscientes
Ca conscientes

Cansos
Atormentados
Os homes buscan os atallos
Os menos non
Nin a nena
Da carapucha vermella
Que arrinca flores
Salta Valados
Mastiga a herba
Ainda mollada
Xoga co tempo
Ás agachadas
E gaña
Sempre
Gaña 

de Hai quen escolle os camiños mais longos (2018)

 

12.
 

Tivo que morrer
Tiveron que pechala
Non sartego de cristal
De xeada
Tivo que pedir refuxio
Tivo que traballar
Sen paga
Tivo que acoller uns lábios
Que non coñecía
Nos seus
Tivo que volver
Distinta
Da que era
Cando a levou o cazador
Para arrincarlle o corazón

Chegar por fin
A hora de
Queimar o palacio
Plantar maceiras
Esquecer ananos
Desterrar soldados
Escurecer a pel.

de Hai quen escolle os camiños mais longos (2018)



                      TEXTOS EM PORTUGUÊS
                     Tradução de ANTONIO MIRANDA  

 

O VENTO

Sopra sempre ao meu favor
Vento
Que não sei voar
Que não sei navegar
Que não sei nem nadar
Nas águas frias do inverno

Mas sopra
Sopra forte
Vento
Para erguer-me do chão
Para secar-me a água


Faça-me caso
Vento

E prometo jogar contigo
Deixar que me enredes o pelo
Abrir mais de duas janela de uma vez
Na minha casa
Para que entres ligeiro

Já sei que não faz falta que eu diga
Mas te sopra
O vento
Sopra sem medo.

de Contatrás II-I (2012)

 

HORÓSCOPO

Sou rata

Pelo menos segundo o horóscopo chinês

Nem ratinha
Nem rato

Disque
Ela sabe
Pior

Rata

E tudo por um número
por um ano de nascimento
uma circunstância
uma coordenada
um acaso
um talvez

E eu pensei
Que são muitas
As ratas
Que vivemos    onde partimos
como partimos
de onde partimos

E que nos postemos a ver na escuridão
Porque ali nos deixam

Tranquilas

E que provocamos rejeição
Quando alguma vez nos cruzamos no caminho
De quem nos tem medo
E que aparecemos nos piores sonhos

Esfregando as pernas
Com um riso estranho

E que pode ser
Que rindo imaximemos
Como seria sair à luz
Depois dunha unha catástrofe nuclear
Onde ninguén tivese poder sobre nós

Dubido que nolo consintan
O de sobrevivir, non lles queda mais remédio
Ainda han de inundar o subsolo
Derretindo os polos
Para que afoguemos
Confiando em que non sabemos
Nadar
Nin moito menos
Voar

Somos animais de terra
A terra é nosa
Como nossa é a escuridade
a astucia
os refuxios
a esperanza

Somos ratas
En feminino
Sem diminutivos
Así nos chama o horóscopo chisnés

E eu penso
Que ser rata non pode estar escrito em ningures
Porque se hai algo que nos guste às ratas
É comer papel


DE a SEGA (20180



1. 

Nunca ninguén quere ir
Polo caminho mais longo
Coma se o tempo se perdese alí
E non fosse esvarando pola pel
Suor
Sangue
Ou bágoa

Cansamos de andar
Porque nos dá vergonza
Dar voltas
Sem sentido
Para quen nos xulga
Com todo o sentido
Para nós
Criaturas nómadas
Soñadoras
E mais inconscientes
Ca conscientes

Cansos
Atormentados
Os homes buscan os atallos
Os menos non
Nin a nena
Da carapucha vermella
Que arrinca flores
Salta Valados
Mastiga a herba
Ainda mollada
Xoga co tempo
Ás agachadas
E gaña
Sempre
Gaña 

de Hai quen escolle os camiños mais longos (2018)

 

 

12.

 

Tivo que morrer
Tiveron que pechala
Non sartego de cristal
De xeada
Tivo que pedir refuxio
Tivo que traballar
Sen paga
Tivo que acoller uns lábios
Que non coñecía
Nos seus
Tivo que volver
Distinta
Da que era
Cando a levou o cazador
Para arrincarlle o corazón

Chegar por fin
A hora de
Queimar o palacio
Plantar maceiras
Esquecer ananos
Desterrar soldados
Escurecer a pel.

de Hai quen escolle os camiños mais longos (2018)


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Página publicada em julho de 2024


 

 

 
 
 
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